27 DE AGOSTO – DIA DO(A) PSICÓLOGO(A)

PAI É INSUBSTITUÍVEL NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

“O pai é fundamental na formação da personalidade da criança, e como ela desenvolverá diversas características até a idade adulta. As crianças sentem a rejeição como se ela realmente fosse uma dor física.

As partes do cérebro ativadas quando um pequenino se sente rejeitado são as mesmas que se tornam ativas quando ele se machuca, com uma diferença: a dor psicológica pode ser revivida por anos, levando à insegurança, hostilidade e tendência à agressividade.

Um pai presente e carinhoso tem exatamente o efeito contrário na formação da personalidade do filho: o pequeno cresce feliz, seguro e capaz de estabelecer ligações afetivas muito mais facilmente na vida adulta.”

Que o amor materno é fundamental para a vida de qualquer criança, não temos qualquer dúvida.Aliás, em pleno século XXI, nossa cultura ainda coloca sob responsabilidade (quase que exclusiva) da mãe os cuidados com os filhos (é uma criança que faz birra? Que bate no amiguinho? Que vai mal na escola? “A culpa é da mãe”, não é assim que ouvimos comumente por aí?).

Mas como fica o papel do pai nessa história? Pois um estudo recente mostrou que ele é fundamental na formação da personalidade da criança, e como ela desenvolverá diversas características até a idade adulta.

Pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos EUA, demonstraram que crianças de todo o mundo tendem a responder da mesma forma quando são rejeitados por seus cuidadores, ou por pessoas a quem são apegadas emocionalmente. E quando essa rejeição é do pai, diferentemente do que muitas pessoas acreditam, ela causa marcas profundas.

Segundo os estudiosos, que avaliaram 36 trabalhos envolvendo mais de 10.000 pessoas, entre crianças e adultos, a rejeição paterna tem essa influência tão marcante porque, em primeiro lugar, é mais comum do que a materna.

E também porque a figura do homem é associada a prestígio e poder – ou seja, para a criança, é como se ela tivesse sido esquecida ou preterida por alguém que todos consideram importante.

Agora vem a parte mais triste: o estudo mostrou que as crianças sentem a rejeição como se ela realmente fosse uma dor física. As partes do cérebro ativadas quando um pequenino se sente rejeitado são as mesmas que se tornam ativas quando ele se machuca, com uma diferença: a dor psicológica pode ser revivida por anos, levando à insegurança, hostilidade e tendência à agressividade.

A boa notícia é que um pai presente e carinhoso tem exatamente o efeito contrário na formação da personalidade do filho: o pequeno cresce feliz, seguro e capaz de estabelecer ligações afetivas muito mais facilmente na vida adulta.

Fonte: O SEGREDO

Depressão pós-parto acomete mais de 25% das mães no Brasil

No Brasil, em cada quatro mulheres, mais de uma apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. A constatação é do estudo Factors associated with postpartum depressive symptomatology in Brazil: The Birth in Brazil National Research Study, 2011/2012, realizado pela pesquisadora Mariza Theme, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), e publicado na edição de abril do Journal of Affective Disorders. A prevalência desse distúrbio no país foi mais elevada que a estimada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para países de baixa renda, em que 19,8% das parturientes apresentaram transtorno mental, em sua maioria a depressão.

O trabalho foi desenvolvido no âmbito da pesquisa Nascer no Brasil, maior estudo a respeito de parto e nascimento no país já ocorrido. Coordenado pelas pesquisadoras Maria do Carmo Leal e Silvana Granado, a pesquisa apontou número excessivo de cesarianas (52% no total, contra 88% no setor privado) e ainda a persistência de intervenções dolorosas e desnecessárias no parto (como a episiotomia e a manobra de Kristeller, uso de ocitocina, menor frequência da utilização de analgesia obstétrica, dentre outros).

“O estudo Nascer destacou o elevado número de cesarianas e os efeitos que o parto no Brasil tem sobre a mulher e o bebê. Sabíamos, por exemplo, da associação entre a cesariana e o desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático, mas não era isso que desejávamos analisar. O que ainda não havia sido investigado era se tal modelo de parto, com muitas intervenções desnecessárias, poderia ser um desencadeador do quadro depressivo dessas mães. Esse foi um dos pontos de partida da pesquisa”, explicou Mariza.

A depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. A literatura cita efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência. “A mulher depressiva, normalmente, amamenta pouco e não cumpre o calendário vacinal dos bebês. As crianças, por sua vez, têm maior risco de apresentar baixo peso e transtornos psicomotores”, esclareceu.

Depressão pós-parto atinge mulheres pardas e de baixa escolaridade

A pesquisa entrevistou 23.896 mulheres no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. A prevalência global de sintomas de depressão pós-parto foi de 26,3%, mas a comparação entre os períodos de 6 a 9 meses (25,7%) e de 9 a 12 meses (27,1%) não indicou diferença significativa no desenvolvimento do transtorno mental.

Foram analisadas variáveis sociodemográficas, individuais e obstétricas. Com o intuito de verificar se o uso de intervenções durante o trabalho de parto, particularmente o trabalho de parto muito doloroso e sem analgesia, estaria associado ao desenvolvimento de sintomas depressivos, foi criado um indicador de “trabalho de parto doloroso” que incluía as mulheres submetidas ao uso de medicação para acelerar o trabalho de parto, e que referiram aumento significativo da dor; que não tiveram acesso a nenhum tipo de analgesia; e que passaram pela manobra de kristeller (aplicação de pressão na parte superior do útero com o objetivo de facilitar a saída do bebê). Além disso, o histórico de perda fetal ou neonatal; complicações na gravidez, parto e pós-parto (incluindo a realização de histerectomia) e se a gravidez foi planejada estiveram no escopo das entrevistas.

“Observamos que essas variáveis da intervenção no parto não mostraram associação com a depressão pós-parto. O resultado nos leva a algumas hipóteses, entre elas o fato de haver uma aceitação como “normal” o modelo atual de atenção ao parto ainda realizado no Brasil. Em outras palavras, será que essas manobras já estão tão assimiladas que não funcionariam como um possível fator que levaria à depressão?”, questionou.

As mães que apresentaram sintomas de depressão pós-parto, de acordo com o modelo final da análise, são da cor parda, de baixa condição socioeconômica, com antecedentes de transtorno mental, com hábitos não saudáveis, como o uso excessivo de álcool, paridade alta e que não planejaram a gravidez “Os resultados são muito coerentes com o que a literatura internacional demonstra”, disse.

Por último, chamou a atenção da equipe de trabalho uma pergunta sobre a avaliação do atendimento na maternidade, na ocasião da alta médica. As mulheres que desenvolveram sintomas de depressão foram aquelas que avaliaram pior seu atendimento. “Isso suscitou algumas interpretações, mas, como a investigação da depressão foi realizada num único momento, não sabemos se a avaliação foi ruim porque a mulher estava deprimida ou se o atendimento, de fato, foi inadequado e desencadeou o surgimento dos sintomas. As mulheres que fizeram má avaliação do atendimento tiveram probabilidade duas vezes maior de apresentar os sintomas depressivos do que aquelas que avaliaram como muito bom.”

Fonte: EcoDebate, 25/04/2016

Disciplina e organização são importantes para criar limites?

Quais são os limites da criação? Essa é uma questão que permeia todo o dia a dia de quem lida com as crianças.

Se entendermos que a boa ordem e rotina de um ambiente, sejam as regras destinadas a auxiliar a boa convivência das pessoas, poderemos concluir que uma criança em desenvolvimento será beneficiada por estas repetições.

O banho sempre no mesmo horário, a hora do papá, a hora da limpeza da casa, do cheiro da comida, do passeio, do sono. Os sons da casa, a iluminação, as coisas sempre no mesmo lugar, tudo isso facilita o “reconhecimento” do ambiente, o reconhecimento de si, neste lugar. O encontro com as outras pessoas…

Não se diz aqui em rigidez ou falta de flexibilidade, mas, que as coisas aconteçam sempre na mesma ordem, proporcionando à criança coerência na condução dos comportamentos, o que mantém um sentimento de regulação e autoconhecimento, inclusive com relação ao seu próprio corpo e as sensações que ele provoca.

Se pensarmos no bebê, que começa a desenvolver o conhecimento sobre si mesmo e o mundo que o cerca, poderemos imaginar que ele se sentirá bem seguro, quando, ao sentir-se incomodado pela umidade no corpo após um alívio fisiológico (diga-se popularmente, cocô ou xixi) ele experimentar a sensação de uma água quentinha , toque das mãos conhecidas e acolhedoras e cheiro de fraldinha limpa… o que ele aprenderá? Que sempre que ele se molha, esta boa sensação ocorre.

Desta forma o ritmo do corpo começa a agir em função de repetir este prazer, na busca da acomodação. Se estiver em um ambiente onde esta regra se repita, ele passa a conhecer não só a sensação interna de prazer, como a externa que o auxilia a controlar seus impulsos para manter a segurança das boas sensações.

É fundamental nos primeiros anos de vida que se estabeleçam bons relacionamentos bebê e mundo pois, os adultos que estiverem atentos a esta regra e a mantiverem controladas, terão muito mais chances de ajudarem seus filhos a se desenvolverem de forma positiva a si mesmos e ao ambiente que os rodeia.Folder

“Discussões, tantas vezes renovadas, sobre a questão de saber se a criança nasce moral ou imoral ou se possui pelo menos, em si, elementos positivos de moralidade ou imoralidade. O problema assim colocado, não admite solução definida. Agir moralmente é conformar-se às regras da moral. Ora, as regras da moral são exteriores à consciência da criança; são elaboradas fora dela; a criança só entra em contato com elas num momento determinado de sua existência”. (JM Piaget)

Fonte: Fãs da Psicanálise

Meu parente está com depressão, como posso ajudá-lo?

Previsões realizadas pela Organização Mundial da Saúde no século passado apontavam que em 2030 a depressão seria responsável por 9,8% do total de anos de vida saudáveis perdidos para doenças, porém, em 2010 o índice já havia sido atingido.

Atualmente sabemos que as doenças mentais, em especial a depressão, contribuem mais para uma piora significativa na qualidade de vida do que outros quadros médicos, além de provocar maiores prejuízos em tarefas diárias do que doenças cardíacas, artrite, diabetes e hipertensão. Portanto, ter consciência que a depressão não tem relação alguma com “vagabundagem” é parte importantíssima do processo.

Três coisas são cruciais quando se pretende auxiliar alguém com esse diagnóstico, sendo elas: Amor, paciência e conhecimentos. O foco primordial deste texto é fornecer conhecimentos, já que muitos dos comportamentos de um indivíduo depressivo podem tornar difícil a convivência, reduzindo tanto a paciência quanto o amor a este destinado.

O indivíduo não quer mais fazer nada!

A falta de motivação é um sintoma típico de pessoas com depressão. Qualquer atividade torna-se extremamente difícil, já que além de não haver energias para iniciá-la, agora ela lhe custa muito mais esforço. Se anteriormente levantar da cama e ir até a padaria era algo completamente normal, agora tornou-se uma tarefa tão árdua quanto correr a maratona sem haver se preparado nem ao menos por um dia.

Ele não escuta mais nada do que falo, desistirei de dialogar!

Muita calma nessa hora, afinal, trata-se de outra expressão da doença. A capacidade de concentrar-se e manter a atenção em algo agora está prejudicada. Existem muitos pensamentos catastróficos rodeando a mente dessa pessoa: “Só dou trabalho à minha família”; “Nunca conseguirei ser feliz de novo”, e daí por diante. Imagine só como deve ser difícil se manter focado em algo!

O convido para fazer várias coisas que sempre gostou, e mesmo assim nada parece bom!

Sim, como é de se imaginar pela linhagem descrita até o momento, também há uma correlação entre prazer e depressão. Por sinal um dos aspectos mais importantes da depressão é o de que o indivíduo deixa de sentir prazer em atividades que até então lhe eram prazerosas. Ou seja, não significa que sua companhia ficou desagradável, mas sim que há um prejuízo na própria capacidade de sentir (alta sensibilidade para circunstâncias desagradáveis; baixa sensibilidade para as agradáveis).

Ele deixa toda a comida no prato, mal está comendo!

Na depressão há uma alteração significativa no apetite. O mais comum é que o indivíduo não sinta fome, comendo muito menos do que o habitual, porém, existem muitos casos nos quais – em uma possível tentativa de preencher o vazio interior que anda sentindo – acaba por comer demais (Os manuais apontam uma alteração de cerca 5% no peso do indivíduo em apenas um mês!).
Portanto, não! Sua comida não se tornou péssima do dia para a noite!

Vive dizendo que é feio e não serve para nada!

A autoestima sofre um dos maiores abalos trazidos pela depressão. Não se diz essas coisas simplesmente por dizer, de fato o indivíduo sente-se esse lixo que relata. Não consegue mais perceber o que há de belo em suas feições, além de também não encontrar utilidade alguma em sua existência. “Deixo de tentar não só pela falta de energias, mas também pela certeza do fracasso!”

Em resumo, o que espero que se apreenda com esta leitura?

Como em todo processo de mudança, há a necessidade de perceber que as melhoras irão ocorrer de modo gradual. Não se pode comparar constantemente o indivíduo com aquilo que ele era anteriormente à depressão, mas sim com a forma como esteve no pior momento da doença, deste modo, haverá a oportunidade de reconhecer cada pequeno progresso, fator que tem extrema importância no trajeto rumo ao restabelecimento.

Saber que as alterações citadas acima são produzidas pela depressão tende a melhorar o prognóstico da doença, haja vista que muitas vezes os familiares “desistem” daquele indivíduo, isolando-o no lar. Cogitar que todo seu esforço não está sendo reconhecido pode produzir raiva, criando circunstâncias nas quais você acabará confirmando todos aqueles pensamentos destrutivos que o indivíduo anda tendo sobre si.

Procurar ajuda especializada é crucial. O acompanhamento psicológico tende a reduzir a duração e intensidade dos sintomas depressivos, além, é claro, de viabilizar a prevenção à recaída e o regresso do indivíduo àquelas atividades que a depressão o fez abandonar.

Autor: Diego Caroli  

Fonte: Contioutra

O cuidado de si como pratica de vida

“Nunca é cedo nem tarde demais para cuidar da própria alma”. Epicuro

No dia-a-dia, diante dos acontecimentos e das questões com as quais temos que lidar, somos atravessados por emoções que algumas vezes nem passam por nossa consciência. Porém, o fato de não nos ocuparmos com elas, ou mesmo não percebê-las, não significa que não possuam efeitos em nossa vida.

Ao longo de um dia, podemos sentir raiva, culpa, medo, alegriatumblr_lub3e13c2w1r2jpu8o1_500, angústia, e muitos outros sentimentos. Na maioria das vezes, só percebemos e tentamos lidar com aqueles que nos causam algum impacto. Envolvidos em pensamentos, deveres e preocupações, nomeamos de imediato o sentimento que nos atravessa e que nos causa desconforto, sem procurar lidar com ele ou mesmo buscar entendê-lo.

Compreensível, não fomos educados para isso. Não fomos educados para lidar com nós mesmos. Não aprendemos a nos conhecer, nos perceber e nos agenciar com nossas emoções. O ser humano evita o desprazer e, diante de um sentimento que gera desconforto ou que ele classifica como algo “ruim”, vem a tentativa de evitá-lo e imediatamente é colocado em segundo plano, ou tenta-se ignorá-lo.

A qualidade dos pensamentos muitas vezes determina nosso humor. A qualidade da vida emocional é fundamental para a saúde como um todo. Educação emocional é reconhecer e aprender a lidar com as emoções. Não se trata de controle e sim de contato, percepção. Cuidar de si significa ocupar-se consigo, estar atento, observar-se, perceber-se. Um aprendizado de si mesmo; exercícios constantes de autoconhecimento que nos levam a uma maior consciência sobre como estamos, como reagimos, e como sentimos. É mais leve lidar com aquilo que conhecemos.

Sentimos, reagimos e não refletimos. Não estabelecemos contato com as emoções que nos atravessam. Muitas vezes, os efeitos dessa dinâmica acabam ecoando em questões importantes para nossa vida, causando situações difíceis e conflituosas nos relacionamentos afetivos, familiares, sociais e na vida profissional, tanto como em nós mesmos, e em muitos casos se refletem na saúde física, adoecendo o corpo.

O cuidado de si se traduz em atos que buscam o autoconhecimento. Estar atento a si, voltar seu olhar para dentro, interessar-se por si, por suas falhas e limitações, e também por suas potencialidades, seus acertos, sua transformação.

Transformar-se a si mesmo significa desenvolver habilidades técnicas para se agenciar com as emoções de forma que, diante dos acontecimentos inerentes à vida, possamos produzir e criar outras possibilidades e aprender a nos disponibilizar para o que está por vir. Desenvolver mais assertividade nas relações. Trata-se de um processo de constituição e transformação.

Texto escrito por: Mary Scabora

Depressão não é só Tristeza

A Depressão é uma doença que afeta como você se sente, pensa e se comporta. De acordo com o DSM-V, as características mais marcantes da Depressão Maior são o sentimento persistente de tristeza e a perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas, levando a vários problemas emocionais e físicos.

Causa prejuízo social, ocupacional e/ou educacional. É uma doença crônica que usualmente requer um tratamento de longo prazo.

Depressão é diferente de tristeza. A Depressão se caracteriza por, não só tristeza, mas também e principalmente por falta de sentido na vida, falta de esperança no futuro, ausência de prazer em atividade que antes eram prazerosas. Na depressão, a tristeza surge sem motivo algum. É muito comum relatos de pessoas deprimida dizerem frases como: “Eu não deveria estar deprimido, minha vida está ótima, não posso reclamar de nada!”. Pensamentos como esse acabam até mesmo piorando a depressão, pois o paciente não só se sente triste “sem motivo” como também se culpa por isso.

As Causas da depressão não são inteiramente conhecidas, mas sabemos que ela tem causas genéticas e ambientais. Dentre o primeiro grupo, podemos destacar estudos que mostram que irmãos gêmeos idênticos de pessoas com depressão tem uma chance de 50 a 70% de terem depressão também, em algum momento da vida. Já os Gêmeos não-idênticos, ou simplesmente irmãos, tem uma chance em torno de 20-30% de ter depressão alguma vez na vida, se o irmão for afetado. Em famílias sem histórico de depressão, a chance de familiar vir a apresentar depressão é de cerca de 5%.

Ou seja, com estes dados, sabemos que ter um irmão com depressão aumenta o risco em 400 – 600% de se ter um episódio depressivo. Se for irmão gêmeo idêntico, o aumento do risco é da ordem de 1000-1400%. Questionamentos que podem ser feitos a estes estudos geralmente são relativos à influência da família na causa da depressão. Por isso, são também feitos estudos com crianças adotadas, mostrando que estas tendem a manter uma porcentagem semelhante de incidência de depressão do que quando crescem com os pais biológicos.

Assim, fica bastante óbvio perceber que a depressão tem um forte componente genético, mas que este não é determinante (estima-se que este componente genético represente cerca de 40% da chance para desenvolver depressão unipolar e 70% para o transtorno bipolar).

Não se pode tratar uma pessoa com depressão como se ela fosse culpada por estar doente. Entretanto, assim como em qualquer outra doença, o papel do doente em sua própria recuperação é fundamental. É vital que o tratamento seja feito de forma correta, com medicações antidepressivas e com psicoterapia (que são os melhores tratamentos, segundo a literatura científica atual).

O tratamento da depressão ainda incluir orientações dietéticas, avaliação de exames laboratoriais e exercícios físicos, além de uma série de orientações para uma melhor qualidade de vida.

Quais os sintomas de Depressão?

No Transtorno Depressivo Maior, os seguintes critérios são elencados pelo DSM-V:
1. Humor deprimido ou irritado na maior parte do dia, praticamente todos os dias;
2. Anedonia: decréscimo no interesse ou no prazer pela maioria das atividades na maioria dos dias;
3. Mudança significativa no peso (5%) ou no apetite;
4. Alterações de sono: insônia ou hipersonia;
5. Mudança no padrão de atividade psicomotora: agitação ou retardo psicomotor;
6. Fadiga ou perda de energia;
7. Culpa/inutilidade: sentimentos de menos valia ou culpa excessiva ou inapropriada;
8. Concentração: diminuição da habilidade de se concentrar, ou aumento da indecisão;
9. Ideação suicida: Pensamentos sobre morte ou suicídio, ou planejamento de suicídio
10. Sintomas de ansiedade: Medos irracionais, preocupações desagradáveis, dificuldade para relaxar, tensão, medo de que algo ruim possa acontecer.

Fonte: Clínica Acácia

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Criança precisa de Rotina

Para os pais que acreditam que o filho precisa ter tudo o que eles não tiveram, melhor rever o conceito. Os filhos precisam de pais presentes, precisam de rotina: saber onde dormem, o horário das refeições, saber que alguém irá buscá-los após a escola, que em função da separação dos pais a semana ele passará com a mamãe e o final de semana com papai e será amado em ambos os contextos. Precisam de alguém que os ensine a não maltratar os animais, não contribuir para o crescimento do preconceito, a devolver o brinquedo do amiguinho que pegou num momento de inveja, dentre outras regras de conduta que, quando não apontadas contribuem para a formação da personalidade psicótica/perversa.

Não é luxo, não é tecnologia, nem viagens à Disney, tampouco é “fast-food” diariamente, apenas o bom e velho amor associado ao tempo de qualidade. Menciono apenas o necessário para a sobrevivência e formação do caráter, o restante são vantagens que podem ser agregadas com moderação, caso caibam no orçamento familiar. Lembrando que, é preferível ter a presença dos pais, do que os bens materiais e a ausência de carinho, de olhar e escuta. A criança vai à praia de fusca e come pão com mortadela feliz da vida. Já o adulto, frequentemente fantasia o que agrada a criança e se estressa mantendo vários empregos para pagar pacotes de viagens internacionais que ocorrem a cada não sei quantos anos.

Vemos exemplos de pessoas que vieram de lar cujos pais eram adictos, e a família era complicada, entretanto, são adultos saudáveis, criativos e bem sucedidos. Outros que vieram de lares aparentemente perfeitos, tendo tudo ao alcance e são pessoas desajustadas emocionalmente. É muito relativo, a criança precisa de uma rotina que transmita segurança, que faça com que ela se sinta amada e desejada e isso ela pode ter morando num casebre ou num castelo. Aos olhos de alguns, criança feliz é criança que tem de tudo, aos olhos de estudiosos do comportamento, criança feliz é criança que tem o necessário e que sabe ser frustrada em algum momento, afinal a vida frustra.

Embora possam ter falhado conosco em algumas áreas, não por negligência mas, por ignorar o peso de determinados atos e palavras para nós, nossos pais nos transmitiram uma bagagem cultural importantíssima:

  • Sabe por que apreciamos um pão francês com manteiga e uma xícara de café pela manhã? Rotina compartilhada na mesa de refeições com a família.
  • Sabe por que ainda insistimos em comer um bolo no dia de nosso aniversário? Rotina que lembra a infância, as festinhas que mamãe fazia, onde ela mesma preparava e recheava o bolo com leite condensado cozido na pressão.
  • Sabe por que cumprimentamos as pessoas? Rotina observada quando saíamos as ruas com nossos pais e avós.
  • Sabe por que apreciamos: comer peru no natal, comer macarrão aos domingos, repetir o arroz com feijão e o ovo frito, tomar café e molhar o pão na canequinta, ler bela adormecida, ir à igreja, ir ao cinema, ouvir determinadas músicas … tudo rotina! Hábitos e valores que nos foram transmitido, os quais levamos pela vida e vamos multiplicando através das gerações, com o intuito de ter nossos queridos sempre por perto presencialmente ou na memória.

Não precisamos reproduzir o que é ruim, se temos convicção que algo nos afetou e marcou nossa vida, vamos evitar levar adiante e comprometer a relação com nossos filhos, amigos, e cônjuges. Façamos uma releitura sem pressa de nossa infância, veremos que somos o que somos porque tivemos base e chão firme sob nossos pés, não porque nos foi oferecido games e roupas de grife . Talvez tivemos acesso ao básico do básico mas, não nos faltou o essencial: carinho, amor, disciplina e ROTINA.

Gilsemeire Campos
Psicóloga Coach

O que é o Transtorno do Pânico?

O objetivo deste artigo é informar a população acerca de todas as características  inerentes ao Transtorno do Pânico, para que em caso de identificação com os sintomas que serão elucidados a seguir, a população procure o profissional e o tratamento adequado, visto que os sintomas do Transtorno do Pânico causam muito sofrimento físico e emocional, não desaparecem espontaneamente, paralisando varias áreas da vida e requerendo, portanto, um  tratamento especializado para que a pessoa possa usufruir de uma vida saudável e de qualidade.

O que é?

O Transtorno do Pânico está classificado entre os Transtornos de Ansiedade. Sendo um tipo específico de ansiedade, este apresenta em seu repertório comportamental respostas de luta e fuga diante de uma ameaça real ou imaginária, bem como sintomatologia bastante característica.

Todos apresentamos um certo grau de ansiedade considerada normal, e esta nos motiva na execução das atividades diárias e tem fator protetivo. Necessitamos deste “estado de alerta” para transpormos desafios e isto é saudável. No entanto, quando a ansiedade é exacerbada, caracteriza-se como uma patologia, visto que o organismo passa a um constante “estado de alerta” sendo muito prejudicial, pois dificulta a vida do indivíduo.

O que é um ataque de pânico?

Um ataque ou crise de pânico se caracteriza por um desequilíbrio ou alteração neuroquímica no cérebro de alguns neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina. No caso de um ataque de pânico, esta descarga de adrenalina prepara o organismo para a luta ou fuga sem que haja uma ameaça específica, sem que exista uma ameaça real, se caracterizando por um estado agudo e extremo de medo irracional, em um curto período de tempo em que atinge o ápice de extrema ansiedade entre 15 a 30 minutos.

Esta descarga neurovegetativa é acompanhada de muito sofrimento físico e emocional. Um ataque de pânico deverá apresentar pelo menos quatro sintomas ansiosos simultaneamente. Vale a pena corroborar que a característica principal de uma crise de pânico é um medo exacerbado, irracional e difuso, sem causa aparente, portanto onde não são encontrados deflagradores ambientais que justifiquem naquele momento o desencadeamento dos sintomas que agora serão esclarecidos.

Sintomas do Transtorno do Pânico:

No transtorno do pânico não existe um “gatilho” aparente ou fatores que possam desencadear uma crise, ou seja, a pessoa está tranquila, desempenhando suas atividades cotidianas, em atividades de lazer ou até mesmo dormindo, quando “de repente”, “do nada” emergem sintomas de: Falta de ar, tonturas, tremores, visão turva, náuseas, suores e calafrios, boca seca, ondas de calor, formigamento nas extremidades (mãos e pés), sensação de desmaio, dores de cabeça, agitação, taquicardia (palpitações), sensação de morte iminente, medo de enlouquecer, desrealização e despersonalização.

Por apresentar sintomas neurovegetativos de intensa taquicardia seguido de falta de ar ou sensação de sufocamento, a pessoa pensa que está tendo um enfarto cardíaco e que vai morrer, sendo muito comum a procura por emergência, pronto-socorro ou ambulância por queixa cardíaca ou neurológica. Vale a pena ressaltar que um episodio isolado de crise de pânico não fecha um diagnóstico de transtorno do pânico.

Qualquer pessoa pode ter uma crise isolada em situações de extremo estresse. Para que seja diagnosticado o transtorno, as crises tem que ter uma frequência e recorrência em um determinado espaço de período e tempo. Este quadro da frequência das crises é personalizado, ou seja, varia de pessoa para pessoa. Alguns pacientes podem sofrer 3 ataques em um dia; outros pacientes, 1 ataque em 1 semana, por exemplo.

O que é ansiedade antecipatória?

Ansiedade antecipatória é o medo que outra crise ocorra. O individuo “tem medo de ter medo”. Sendo assim, passa a desenvolver comportamentos de esquiva das  circunstâncias e locais em que a crise ocorreu, podendo também generalizá-la para outros locais. Em alguns casos, pode desenvolver a agorafobia, que é o medo de estar em locais abertos, em que se sinta desamparado, desprotegido e que seria difícil fugir ou receber ajuda médica caso uma ocorra outra crise viesse a ocorrer.

A etiologia ou causa(s) do Transtorno do Pânico ainda não foi bem esclarecida. O que se sabe a respeito é que fatores multideterminados estão envolvidos: fatores genéticos, fatores ambientais e psicossociais estressogenos, como traumas, lutos e perdas mal elaboradas, mudanças inadaptadas, situações de desamparo, ansiedade de separação, bem como a própria personalidade da pessoa são fatores contributivos que explicam as causas do surgimento do transtorno do pânico. O fator genético é relevante no desenvolvimento do transtorno, mas pessoas sem predisposição genética também podem desenvolvê-lo, dependendo do estilo de vida e de fatores idiossincráticos e estressantes.

Diagnóstico:

Como foi relatado anteriormente, para que seja diagnosticado o Transtorno do Pânico, as crises têm que ter uma frequência em um determinado espaço de período e tempo, com a sintomatologia que foi elucidada.

Embora não seja diagnosticada através de exames clínicos, trata-se de um problema real e grave, necessitando, portanto, de tratamento urgente para que o paciente volte a ter uma vida de qualidade, de modo que retome suas atividades cotidianas, pois muitas vezes, com os constantes ataques de pânico, o indivíduo passa a apresentar comportamento de evitação e esquiva a lugares e circunstancias onde aconteceu uma crise. Desta forma, o medo de uma nova crise o faz parar todas as atividades, causando prejuízo em sua vida ocupacional, relacional e social. Normalmente o paciente se isola por ter medo que ocorra uma nova crise.

Nota Importante 1:  Algumas doenças podem apresentar alguns sintomas iguais aos do Transtorno do Pânico. Por este motivo, a importância precípua da realização dos exames clínicos para refutar a existência de doenças físicas e para ter elementos para se fechar um diagnóstico de Transtorno do Pânico.

Nota Importante 2:  É necessário que profissionais da saúde e principalmente os que trabalham em emergências e pronto-socorros, estejam habilitados para reconhecer uma crise de pânico, de modo que após realizados todos os exames clínicos necessários, o paciente seja encaminhado para o psiquiatra e/ou psicólogo para que o paciente inicie o tratamento.

Tratamento:

Para um tratamento eficiente, é necessário um diagnóstico preciso. Após o diagnóstico de transtorno do pânico, o tratamento ideal e eficaz é a associação da medicação com a psicoterapia. Caso o Transtorno do Pânico não seja devidamente tratado, as frequências das crises podem se intensificar em curtos espaços de tempo, causando limitações e afetando todas as áreas da vida da pessoa, que passa a se isolar. Como consequência do isolamento social, o paciente pode desenvolver um quadro depressivo, dentre outras comorbidades.

Tratamento Médico:

A função da medicação é regularizar as funções bioquímicas cerebrais. No tratamento medicamentoso, farmacológico ou alopático do Transtorno do Pânico, utiliza-se os inibidores seletivos de recaptação da serotonina, os antidepressivos tricíclicos, os antidepressivos atípicos e os inibidores da monoamina oxidase, dependendo do paciente. Pode-se associar alguns benzodiazepínicos (calmantes) no início do tratamento, pois estes devem ser utilizados em curto período de tempo, sendo recomendados somente nas crises agudas de pânico. O tempo do tratamento farmacológico varia de 6 meses a 1 ano, dependendo da resposta do paciente.

A medicação começa a fazer efeito entre 2 (duas) a 4 (quatro) semanas após o início do tratamento. Existem pacientes refratários à medicação e neste caso este utiliza-se dos benefícios da psicoterapia.

ATT.: Se optou por iniciar um tratamento medicamentoso, é importante cumprir o tratamento até o final, mesmo com sinais de melhora. Tratamento medicamentoso interrompido não garante a cura e os sintomas podem retornar ainda piores.

Tratamento psicoterápico:

A psicoterapia é um trabalho extremamente relevante no processo do tratamento, pois somente através de “insights” e da ressignificação de vivências que contribuíram para o processo de adoecimento, é que o paciente se dá conta do que aquela doença representa e está tentando “dizer” a ele através dos sintomas específicos.

Existem muitas abordagens psicoterápicas e todas elas são excelentes. No entanto, a modalidade psicoterápica que tem se mostrado muito eficiente no tratamento dos Transtornos de Ansiedade é a TCC ou Terapia Cognitivo-comportamental. A TCC trabalha com os padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos do paciente, bem como com as respostas disfuncionais e distorções cognitivas diante das circunstâncias da vida, de modo a promover a reinserção do indivíduo na sociedade de modo adaptativo e funcional.

Tratamentos adicionais:

Alguns tratamentos adicionais são muito efetivos para quem sofre de Transtorno do Pânico. Dentre eles estão: Relaxamento muscular progressivo (RMP), participação em grupos de apoio, yoga, respiração diafragmática, meditação, massagens relaxantes (no couro cabeludo é muito recomendada), alimentação equilibrada, tratamentos homeopáticos, fitoterápicos, acupuntura e hipnose.

Muito importante evitar substâncias que ativem o sistema nervoso simpático, tais como a ingestão de café excessivo, dentre outras substancias que contenham cafeína, teína e estimulantes, como, por exemplo, o guaraná. Evitar bebidas alcoólicas e cigarro.

Nota: Este artigo é parte do livro digital “Transtorno do Pânico: Sintomatologia, Diagnóstico, Tratamento, Prevenção e Psicoeducação”

Fonte: CONTIoutra

QUANDO DEVO PROCURAR UM PSICÓLOGO?

Não há uma regra ou um momento específico na vida para que um psicólogo seja procurado. Ao contrário, a ajuda do psicólogo deve ser buscada nos momentos em que o paciente realmente a deseje, considerando que todos nós precisamos do olhar do outro para nos conhecer e nos desenvolver.

É muito comum ouvirmos que “quem procura psicólogo está louco”. Na verdade, este tipo de fala esconde, ao mesmo tempo, o desconhecimento e o medo que as pessoas têm de enfrentar uma situação absolutamente nova e desconhecida.

A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como transtornos psicopatológicos, distúrbios psicossomáticos, crises existenciais, estados de sofrimento, conflitos interpessoais, etc.

A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento e amadurecimento, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos e transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um.

Desconhecimento porque o psicólogo pode, sim, ajudar a todos aqueles que sofrem as dores da alma. E medo porque certamente está é uma situação nova e desconhecida que gera ansiedade naqueles que a vivenciam. Além disso, este tipo de afirmativa aponta para o estigma da “loucura”, algo que foi sendo construído ao longo de nossa história cultural.

Assim, é importante desmistificarmos este esteriótipo infundado. Afinal de contas, todos nós temos nossas angústias e dores, e olhar pra elas pode ser um passo importante rumo ao nosso crescimento emocional.

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Ismael dos Santos – Psicologia Clínica
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